sexta-feira, 26 de maio de 2023

Efeitos fisiológicos da aplicação do Cyriax


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A Fricção Transversa Profunda (FTP) é uma técnica usada no tratamento de disfunções musculoesqueléticas. Essa intervenção promove um movimento terapêutico transverso das fibras do tecido lesionado que resulta na restauração da mobilidade de forma indolor. Além disso, a FTP previne a formação de aderências na cicatriz tornando-a flexível e funcional. Mesmo com a grande utilização da FTP no âmbito clínico, existem poucos estudos na literatura que discutem sua efetividade e elucidam os seus mecanismos de ação.

Objetivos

• Manter boa mobilidade dos tecidos lesionados
• Manter os movimentos mais fisiológicos possíveis no interior da lesão
• Inibir a formação de cicatrização e aderências

Esta técnica é indicada para lesões agudas, subagudas, crônicas e aderências sendo que sua intensidade depende do estágio. Em comprometimentos mais recentes, a fricção tem função preventiva, já que as fortes pontes cruzadas e aderências teciduais ainda não se formaram, além de manter a mobilidade do tecido. Neste caso, a digitopressão deve ser mais suave devido a possível dor e sensibilidade excessiva. Nas lesões crônicas, a pressão deve ser mais forte, sempre no ponto de tolerância do paciente para que ocorra a quebra das aderências.

Na prática clínica é comum que a aplicação da FTP desencadeie uma redução imediata da dor. Iso pode ser atribuído a grande parte do efeito analgésico a "teoria das comportas", que ocorre através da modulação de impulsos nociceptivos a nível da medula espinal. A condução destes impulsos é inibida e ultrapassada pela estimulação dos mecanorreceptores presentes no mesmo tecido Apesar da neurofisiologia da dor respeitar muito o conceito do portal da dor, novos conceitos como memória nociceptiva, neurotransmissores e mecanismos inibitórios e excitatórios da dor têm sido discutidos fortemente na literatura, ampliando as discussões sobre os efeitos da FTP.

A FTP também causa hiperemia traumática local, provavelmente por existir uma perfusão local isquêmica, levando a uma vasodilatação e melhora de suprimentos sanguíneo e nutrientes no local da lesão.  Este efeito pode resultar em remoção de irritantes químicos, liberação de opiáceos endógenos e aumento da velocidade da destruição da substância P – que, em grande quantidade, causa isquemia e dor, sendo assim um recurso interessante nas disfunções músculo esquelética

Outro efeito  é a prevenção na formação de aderências num estágio inicial de reparo da lesão, e quebra das aderências formadas em uma lesão crônica, através do movimento terapêutico da FTP, estimulando o realinhamento e o alongamento das fibras cicatriciais, devolvendo, então, a mobilidade normal e indolor da estrutura.

Até a próxima.



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